quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Festa do Galo

Com o intuito de reviver algumas tradições carnavalescas, o Centro Escolar da Sé realizou, simbolicamente, a chamada “Festa do galo”.
Esta tradição, viva ainda nos finais do sec. XX nas zonas rurais dos concelhos de Bragança, Vinhais e Vimioso, acabou por perder-se devido à desertificação que começou a grassar nestas regiões.
Este costume, que não estava confinado a esta região nordestina, pois há relatos dela um pouco por todo o país, consistia num gesto de reconhecimento e gratidão por parte dos pais dos alunos para com os professores, oferecendo-lhes alguns presentes, daquilo que tinham por casa (os alunos levavam coelhos, galinhas, fumeiro e outras iguarias caseiras), sendo o galo o rei da festa. O galo era comprado em conjunto pelos pais dos alunos na aldeia, procurando sempre que fosse, para fazer jus ao acontecimento, o mais avantajado macho de todas as capoeiras, que era depois ornamentado e colocado num pequeno palanque, levado em ombros pelos alunos até à escola. Aí, o professor (ou os professores, se houvesse vários) já tinha preparado uma pequena festa com cantigas, jogos e outras atividades para os alunos e acompanhantes, após o que se seguia um simples lanche para todos. Antes de ser servida a merenda, o ponto alto da festa era o soltar do galo do seu “andor” e em que o professor (ou professores), com ajuda dos alunos, teria de correr atrás do galináceo até ser apanhado. Era um momento de esfuziante alegria, com gritos e atropelos, em que todos ficavam muito contentes, já que, por vezes, o galo, no meio de todo aquele alarido, conseguia escapar por algum tempo e fazia arquejar de cansaço os seus perseguidores.
Hoje, os alunos e professores do Centro Escolar quiseram reviver esta tradição, atividade planificada no PAA. O galo foi levado até à sede do Agrupamento e ali foi entregue, numa cerimónia simples, mas onde não faltaram algumas quadras alusivas ao ato, dedicadas ao pessoal docente e não docente deste estabelecimento de ensino.
Esta atividade foi uma forma de revivermos e darmos a conhecer esta tradição aos nossos alunos, que, sem estas memórias revisitadas, ficaria perdida no tempo.
Pena foi que o convívio que esta tradição impunha não tenha acontecido!
É a crise.

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